Próxima saída sabado 26 Maio pelas 7,30 horas na Paluse .

sábado, 4 de junho de 2011

SRª DA GRAÇA? FÁCIL! MUITO FÁCIL!

Confesso que quando nos propuseram fazer a subida ao monte da Srª. da Graça fiquei um pouco assustado, pois tinha muitas dúvidas da minha capacidade para o fazer.

Lá fomos! O nosso apoio logístico do costume levou os seis BIKENATURAS (Tenor, El Presidente, Wolf, Querqus, Batedor e Skriba) e o nosso companheiro habitual Avelino até ao sopé do monte, situado já na estrada que vai na direção das Fisgas de Ermelo.


Foi através desta via que buscamos o início do percurso já disponibilizado no nosso GPS, cedido pelos nosso vizinho REDLEH ODEVEZA (Hélder Azevedo). 


Facilmente o nosso batedor – já a demonstrar um certo à-vontade no manejo desta tecnologia – descobriu o trilho que daria início ao percurso e nos levaria numa primeira etapa até Ermelo onde fomos contemplados com a deslumbrante paisagem das tão afamadas Fisgas (convido-vos a ver, no final do relato, as excelentes fotos que nos proporcionou).


Para chegar aqui já muita «patanisca em pó» e «arroz seco» tivemos de tragar, regadas com muito suor, mas também, diga-se em abono da verdade, bem temperadas com a beleza das diversas paisagens que a serra do Alvão nos propicia.


Havia trilhos lindíssimos e calmos, ladeados por diversa flora (carvalhos, pinheiros, medronho, entre muitas outras espécies) que nos permitia alguma brincadeira e desta forma reforçar o nosso companheirismo. 




Lembro-me dumas cerejeiras selvagens que forçaram a nossa primeira paragem uma vez que o Querqus não resistiu aos olhares das cerejas que o seduziram. Porém, o fruto não estava muito acessível (fez-me lembrar a fábula infantil «A raposa e as uvas»), e só com a minha ajuda, foi possível prová-los (é sempre bom quando o nosso instinto infantil nos leva a recordar e a viver as aventuras de outrora, não é Querqus?).




Acabada a primeira sessão fotográfica, rumamos monte acima. O altímetro do GPS já registava algumas centenas de metros quando alcançamos o planalto que antecede as Fisgas. 

No trilho que lhe dava acesso, se olhasse-mos para norte, lá estava o imponente monte da Srª. da Graça. Alguém lembrou para pararmos novamente, pois o local era ideal para uma foto onde nos envolvesse com o monte num primeiro plano. Aplicado todo o zoom que as máquinas permitiam, completou-se a segunda sessão fotográfica. De facto, a sua fisiografia é majestosa e intimida o mais intrépido betetista.



Ânimo não nos faltava, e depois de darmos descanso às nossas «burras» e saciar a nossa sede o Batedor avisa-nos que é tempo de avançarmos.

Algumas dezenas de metros mais à frente, entrámos num estradão onde havia a indicação de que estávamos nas Fisgas. A confirmar esta informação estava um grupo de excursionistas a preparar o farnel à entrada do parque de merendas.


Porque o dia ia avançando e as nossas barrigas já denunciavam alguma ansiedade. Tenor ainda tentou, com o seu charme e simpatia, persuadir alguns dos presentes a compartilhar o repasto, mas não! Gorada a tentativa, restou-nos continuar caminho.


Se o monte da Srª da Graça, impressiona pela sua elevação, a profundidade das ravinas que as Fisgas contêm não deixam ninguém indiferente ao contemplá-las. Algumas são mesmo assustadoras.


O GPS dizia-nos que tínhamos mais um trilho para subir até chegarmos às lagoas do rio, situadas a montante das quedas de água.


 Para o efeito tivemos que escolher o melhor local para o atravessar. E se houve alguns que não perderam muito tempo com o reconhecimento do terreno, atravessando-o logo que avistaram a sua margem (o primeiro, foi o Avelino que quase o atravessou em cima da sua bicla. Logo de seguida o nosso Bat., como que a fazer valer a sua posição e já muito experiente em circuitos fluviais comete a proeza de atravessar completamente o rio montado na sua burra.



El Presidente, o Wolf e o Skriba ainda tentamos seguir-lhe o exemplo, mas sem sucesso, e tivemos mesmo que molhar os pés), outros, porém, delinearam uma espécie de projeto baseado na física espacial e na quântica dos penedos para resolver esta travessia e que, sinceramente, não me lembro se surtiu efeito. Que o digam o Tenor e o Querqus!

Mais uma pequena subida e chegamos às lagoas. 


Era o local ideal para o nosso repasto. Mas como o calor era muito e a transpiração abundante, manda as regras da boa higiene, que tomássemos um banho antes de tirarmos os farnéis.  


De novo a iniciativa pertenceu ao Avelino, que depois de provar a temperatura da água, aconselhou toda a gente a fazer o mesmo. Não teve que esperar muito pela nossa companhia e com todo o despudor lá fomos evidenciar os nossos dotes de infância e de aparrecados


Foi com alguma surpresa que vimos um fotógrafo da natureza (ou seria um paparazzi?), com o ar de quem andava perdido no deserto, a aproximar-se de nós e questionando-nos da salubridade da água do rio (era óbvio que a pergunta tinha uma segunda intenção) e nós respondemos com toda a nossa sabedoria que sim: - que era fresquinha e boa.

O homem não ficou muito convencido e ao dirigir-se para uma pequena queda de água reparou numa lata de cerveja a refrescar na corrente do rio.

- Olha! Olha! Está ali uma lata de cerveja! Exclamou o turista num momento efémero de satisfação, não deixando de lhe fixar o olhar.

- Está! Está! Mas é minha! Retorquiu-lhe o Avelino com ar de fera que defende a sua presa.

Vendo que não poderia levar de vencida este duelo o nosso fotógrafo não teve outro remédio de saciar a sede que não fosse a água natural da nascente.

Era tempo de abrir as mochilas e destapar os tuperweres. Os pastéis de bacalhau, os panados, o polvo com molho verde, os ovos cozidos o chouriço e até um rancho, entre outras coisas, davam corpo ao banquete por nós há muito almejado.

O tempo começava a escassear e a piorar a situação, as minhas pernas já pediam sono. Mas batedor que se preze não se compadece com estas fraquezas e a sua implacabilidade emerge sempre.

Era tempo de rumarmos à Srª. da Graça. Rolamos algumas centenas de metros em alcatrão que nos serviu para ganhar algum tempo e ter acesso ao monte adjacente.

A partir daqui subimos! Subimos! Subimos…! Foi sempre a subir. Como sempre, tenho que ter o controlo dos meus súbditos, e por isso, coloco-me sempre na retaguarda a marcar o ritmo dos últimos.

Exigia-se uma nova sessão de fotos. Estávamos num pequeno planalto, quase ao nível da capela da famigerada «Senhora» e precisávamos de dar descanso às nossas burras, coitadas! 

Além do mais, o local era belo e a hidratação necessitava de ser reposta.

Retomamos o percurso, agora um pouco em jeito de carrossel até encetarmos uma última subida mista de terra e asfalto – e que, por ter esta classificação, para mim, é sempre a pior – que nos levou a alcançar o nosso desígnio.

E...Habemus Monte Farinha!
 
A satisfação do domínio das alturas estava bem patente nos nossos rostos que apesar de sôfregos também estavam radiantes de alegria pelo feito conseguido.


A descida até ao nosso ponto de embarque foi estonteante. A luta pelo recorde de velocidade foi feroz, principalmente, entre dois bikenaturas: o Querqus, (o mais «afavaiado» de todos), conseguiu imprimir na sua pedaleira grande uma rotação de 197r.t.p. que lhe permitiu uma velocidade de ponta de 67 km/h; e o Skriba, que com a sua fisionomia aerodinâmica conseguiu uma velocidade de ponta de 69 km/h, que, no entanto, não seria suficiente para bater o Querqus.

Parabéns aos dois e aos outros que conseguiram velocidades equivalentes mas…cuidado! Muito cuidado!

E pronto! Companheiros do pedal. Conseguimos conhecer mais uma SENHORA, de seu nome GRAÇA, mas cuja graça, confesso, não achei muita.

A média que «os cebolas» dos conta-quilómetros dava já pouco interessa porque, agora, quem manda nesta coisa é o GPS e este registava…não sei.
                                                                                       El Presidente
48 Farinhadas foram alcançadas em 3h54mn


Os BiKeNaTuRaS:
 ,...
e o nosso prezado amigo:



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